quarta-feira, 22 de agosto de 2012

DJ MARLBORO CONTRA O "FUNK PORNOGRÁFICO"? FALA SÉRIO!!!


Por Alexandre Figueiredo - Extraído do Mingau de Aço

Um dos nomes mais pretensiosos e demagógicos do "funk carioca" é também um de seus maiores empresários. Fernando Matos da Matta, o DJ Marlboro, é famoso por dar declarações infelizes sobre o ritmo, não raro falando frases provocativas e mentirosas.

Ícone do chamado "funk exportação", onde a mesmice tradicional do "pancadão" é apenas tapeada por um "tempero de sampleagens" feito para turista inglês ver - e que, nem por isso, faz o ritmo ficar mais criativo - , o empresário-DJ deu uma entrevista recente à equipe do programa Profissão Repórter, no qual reforçou todo o pretensiosismo que alimenta a propaganda tendenciosa do gênero.

O DJ que um dia, cinicamente, disse que o "funk carioca" é "a verdadeira MPB", tenta reafirmar a suposta "miscigenação cultural" do ritmo, que não é mais do que um artifício publicitário. Afinal, ele é um dos nomes funqueiros que mais cobram caro por apresentação, tentando atrair os consumidores de classes mais abastadas.

E os jovens, mergulhados na mais gritante mediocrização cultural, mergulham direto. E o DJ Marlboro, rico e dotado de muito estrelismo - num tipo de arrogância pouco reconhecível por muitos, que é a arrogância dotada de muita simpatia, um narcisismo cordial - , ainda tentou dizer que "não toca o funk pornográfico".

O poder de influência do DJ Marlboro é tal nas Organizações Globo que durante um bom tempo ele estabeleceu uma cláusula contratual na qual atores e atrizes emergentes tinham que dançar um "baile funk" para manter contratos com publicidade e ganhar papéis de destaque em novelas da Rede Globo, sob pena de serem jogados ao ostracismo.

A manobra fez com que muitos atores jovens tivessem que "cair até o chão" na competitiva disputa de papéis de destaque em novelas, já que vários deles vieram do seriado Malhação ou faziam papéis secundários em novelas.

Quanto à suposta recusa do "funk pornográfico", para um DJ que fez parcerias com o É O Tchan através do CD Funk do Tchan (2001) e colocou as dançarinas do Bonde das Gostosudas para acompanhá-lo em eventos, a declaração soa bastante oportunista, se observarmos que quase todo "funk carioca" é pornográfico.

A própria "coreografia" do "funk carioca", inspirada claramente na "dança da boquinha da garrafa", é um bom indício disso. Não há como desmentir. E o DJ Marlboro sempre apoiou, com gosto, o "funk pornográfico", da mesma forma que o "sertanejo universitário" nada seria se não fosse Zezé di Camargo & Luciano.

Portanto, no brega-popularesco, os "pais" renegam seus "filhos", na tentativa dos primeiros soarem "melhores". Mas não são. E não convencem renegando o apoio que sempre tiveram no agravamento da mediocridade cultural que está tomando quase todos os espaços da cultura brasileira, infelizmente.

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