quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cabral diz que "funk" é "importante manifestação cultural"

Lendo o jornal de cerca de um ano atrás, eu soube que o governador do RJ, Sérgio Cabral Filho, vai dar incentivos financeiros a tosqueira conhecida como "funk" carioca, que ele define como "importante manifestação cultural" do Rio de Janeiro. Será que ele sabe o que está dizendo? Lamentável.

Nos últimos tempos, noto que a verdadeira cultura, se não está morta, perdeu a sua força. Foi substituída pelo entretenimento, caracterizado por atividades de lazer sem intenções de desenvolver o intelecto e o caráter da população brasileira. Como apenas o entretenimento chega ao conhecimento das pessoas de baixa escolaridade ou de senso crítico limitado, mas o rótulo "cultura" consegue chegar até eles, essa parcela da população - que, digamos, é bem expressiva - pensa que o entretenimento puro é "a cultura".

O "funk" carioca não possui características que o definam como "cultura". Compare a definição de cultura com as características do "funk":

CULTURA: forma de expressão, identidade e costumes de um grupo e a contribuição desta forma para o desenvolvimento intelectual e do bem estar desse mesmo grupo.

Características do "funk" carioca:

- É "produzido" por gente de baixíssima escolaridade e escassa informação cultural;

- A informação cultural é limitada ao que aparece no rádio e na TV;

- Coreografias ridicularizantes e humilhantes;

- Comportamento grotesco que lembra o de homens das cavernas;

- Apologia ao sexo, a violência e a valores fúteis;

- Ausência de preocupação quanto a melodia e arranjos, além de letras toscas com rimas óbvias;

- Claras intenções de ganhar dinheiro com a atividade;

- Fácil permuta com outros modismos;

- Patrocínio de pessoas envolvidas em atividades ilícitas;

- Criado como diversão pura, sem compromissos artísticos ou intelectualizantes;

- Arrogância agressiva e incapacidade de aceitar conselhos alheios;

- Estímulo a alienação e a acomodação do povo pobre, apesar de pose de "conscientizado";

- Nenhuma preocupação em desenvolver o intelecto da público-alvo;

Como uma "legítima manifestação cultural", pode ter essas características acima? Como algo que contribui para o atraso e a acomodação de um povo pode ser respeitado como "cultura superior"?

Ou o governador não sabe o que é cultura ou ele está querendo utilizar o "funk" carioca como meio de imobilização social, para que a população do Rio de Janeiro continue burra e alienada, feliz com os problemas de nosso cotidiano e assim, deixando a elite sossegada com o seu excesso financeiro e seu poder cada vez mais manipulador e egoísta, mantendo perpétua as desigualdades e enganando a população ao colocar o consumo no lugar de qualidade de vida.

Entretenimento é consumo, cultura é qualidade de vida.

E o "funk" o retorno definitivo e irreversível à Idade da Pedra.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dá para seguir conselho de quem não serve como exemplo?

Ainda há pouco, um amigo no Facebook postou um cartaz onde aparece uma frase até boa, exemplar, mas a sua autoria foi atribuída a Mister Catra, que todos sabem - e ele mesmo não cansa de alardear seus defeitos (que para ele são "qualidades") - não é exemplo de humanidade para ninguém.

Tudo bem colocar frases que a gente gosta. Mas será que ditas por alguém que não serve como exemplo de caráter e inteligência, merecem ser seguidas. Será que Catra,um cara que não segue seus próprios conselhos, merece ser seguido? Claro que não. Frases lindas ditas por alguém como ele, soam hipócritas, pois está na cara que ele não as citou porque faz parte da filosofia dele. Foi para parecer "melhor" do que realmente é.

Muito fácil posar de cidadão responsável sem ser de fato. Ser, exige esforço e uma revisão de conceitos. E o pior: exige a recusa em muitos benefícios que consegue por uma vida alienada e irresponsável. No Brasil, é muito difícil abandonar convicções erradas quando se é beneficiado por elas. As pessoas só mudam de pensamento ou estilo de vida quando isso gera algum dano.

Catra além de deturpar a cultura nacional com a sua música de péssima qualidade, cheia de mensagens que estimulam uma vida grotesca e alienada, ainda é assumidamente machista e dizem, usuário de drogas e possivelmente amigo de seus vendedores - patrocinadores de sua "música", que na verdade não passa de barulho. Essas informações não estão confirmadas mas há indícios disto, até pelo ambiente onde vive e atua. Verdade ou não, Catra é com certeza alguém para ser ignorado.

Catra, apesar de ficar choramingando por espaço na mídia, o tem em abundância na Rede Globo, sua tutora invisível que lhe dá amplamente o microfone para o "admirável" funqueiro destilar as suas bobagens que só fariam sentido na Idade da Pedra. Se dermos razão a Catra, jogamos no lixo tudo que aprendemos desde então.

O bom senso e a lógica dizem que, para que um conselho possa fazer sentido, deve ser dito por alguém que tenha a capacidade de seguir o mesmo. Uma pessoa que gosta de dizer frases bonitas mas que em seu estilo de vida mostra total incoerência e em vários casos, contradição com o que diz , na verdade se torna um hipócrita, por defender na conversa algo que não consegue por em prática em seu cotidiano. Ou seja, suas belas frases perdem força.

Mas não precisamos de bons conselhos vindos de hipócritas. Não faltam bons exemplos que podem nos dar lições muito mais proveitosas que este "distinto" senhor. Antes de ouvirmos o que alguém diz, é preciso que conheçamos seu estilo de vida e suas ideias para vermos se o que ele diz não passa mesmo de uma autopromoção barata.

Na verdade, precisamos mesmo é de bons exemplos. Pessoas que não se limitem a falar bonito, mas a agir com responsabilidade, dando sentido às suas frases, evitando a hipocrisia e mostrando, através da atitude e do bom exemplo, como se deve realmente fazer para que vivamos em uma sociedade que deveria ser cada vez melhor e não está sendo, graças ao imerecido prestígio que certas pessoas possuem.

Definitivamente, dar ouvidos a um cara como Catra é jogar no lixo uma valiosa oportunidade de crescimento moral e intelectual. Quem dá razão a Catra só perde com isso.

domingo, 9 de setembro de 2012

Álcool, o elixir dos alienados

Já repararam que quanto mais a pessoa bebe, mais conservadora e acomodada ela fica? As pessoas que tem o hábito de beber álcool regularmente - salvo raríssimas (e põe raras nisso!) exceções - costumam não serem muito questionadoras, aceitando tranquilamente o mundo do jeito que está, por maiores que os problemas sejam.

Há muito se sabe que bebidas alcoólicas danificam e em alguns casos, matam células cerebrais, atrofiando algumas faculdades e deixando as pessoas inúteis e até chatas. Quem bebe fica sem controle durante a embriaguez, mas quando se recupera de uma crise ébria, muitas vezes não volta a ser 100% como era antes.  Se há possibilidade de recuperação cerebral, só se a pessoa abandonar o álcool de uma vez por todas e aguardar alguns anos para recuperar a capacidade perdida.

Mas isso é muito difícil, quase impossível, pois as bebidas alcoólicas, sejam destiladas ou fermentadas, são todas bebidas rituais na sociedade. Ou seja, quem bebe esse tipo de bebida faz com a intenção de fazer ou manter amizades. Como o ser humano é um ser social, todos ficam com medo de recusar uma bebida ritual e correr o risco de perder boas oportunidades de sociabilização, já que ninguém vive sozinho.

Com isso fica difícil melhorar as coisas, já que nossa humanidade, refém do álcool, prefere perder muitas coisas do que deixar de consumir nem que seja um só gole de um elixir que traz as supostas alegrias da vida em grupo, mas que pode cobrar depois um preço bem caro ao indivíduo e à sociedade da qual pertence.

Interessante o fato dos consumidores regulares de bebidas alcoólicas nunca contestarem nada que esteja ao seu redor. Nem mesmo contestar a dispensável e inútil regra social que os obriga a beber, eles conseguem.