segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Câmeras de posto mostram roubos após PM encerrar baile funk irregular


Festa sem autorização ocorria em via na Penha, na Zona Leste.
Cerca de 2 mil pessoas participavam do evento, segundo a PM.

Do G1 São Paulo
20/01/2014 12h59 - Atualizado em 20/01/2014 13h19


Grupo rouba e depreda posto de gasolina na Zona Leste (Foto: Reprodução TV Globo)Grupo rouba e depreda posto de gasolina na Zona Leste (Foto: Reprodução TV Globo)

Câmeras de um posto de combustível na Penha, na Zona Leste de São Paulo, registraram saques e vandalismo cometidos por um grupo de jovens na noite de domingo (19). Os crimes ocorreram após um baile funk sem autorização, realizado na Avenida Governador Carvalho Pinto, ter sido encerrado pela Polícia Militar (PM). Além do posto, quiosques dentro de um hipermercado foram alvo de depredações.

A PM diz que cerca de 2 mil pessoas participavam do evento e "interditavam o trânsito de forma ilegal, impedindo o sossego público, o direito de ir e vir, entre outros direitos coletivos assegurados em lei". O encontro incomodou moradores da região, que ligaram para a polícia. A corporação diz que agiu, também, porque o evento infringia regras do Programa de Silêncio Urbano (Psiu).

A polícia afirma ter encontrado resistência dos participantes, o que exigiu a utilização de "técnicas de controle de distúrbios para dispersar a multidão". Parte do grupo interditou a Avenida São Miguel com lixo e ateou fogo. Outra parte seguiu para a unidade do hipermercado Extra, na Avenida São Miguel. Os jovens quebraram várias portas de vidro do supermercado. Os participantes do baile também destruíram os quiosques que encontraram pelo caminho.
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Uma cliente contou ao Bom Dia São Paulo que, na hora do tumulto, houve pânico. "Houve correria, muito tumulto. Criança ficou chorando com medo. Os caixas ficaram abandonados. Teve senhora passando mal, criança", afirmou.

Depois de deixar o hipermercado, o grupo foi até um posto de combustível, na Avenida Dom Helder Câmara, a menos de 100 metros do Extra.

No posto, os manifestantes destruíram a loja de conveniência, roubaram produtos, dinheiro e quebraram máquinas de cartões. "Chegaram empurrando um frentista colega meu, pegando dinheiro do bolso dele. Depois, foram até a sala do cartão, levaram dinheiro do meu bolso. Levamos um susto, porque nunca aconteceu isso aqui", disse o frentista Ângelo de Souza.

O posto funcionava normalmente na manhã desta segunda-feira (20). De acordo com o proprietário, o grupo levou  principalmente bebidas alcóolicas, cigarros e doces. O prejuízo ficou entre R$ 10 e R$ 12 mil, como mostrou o SPTV.

O hipermercado informou ter uma equipe de segurança treinada e um circuito interno de câmeras. O centro comercial voltou a funcionar nesta segunda. Algumas lojas aindanão tinham consertado as vitrines.

Lei
No dia 8 de janeiro, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vetou na íntegra o projeto de lei 02/2013, que proíbe o uso de vias públicas para realização de bailes funk e de qualquer outro evento musical não autorizado pela prefeitura.

Mas o veto ocorreu, segundo publicado no Diário Oficial, porque os objetivos do projeto já são atendidos pela legislação em vigor.

O prefeito também ressaltou que o artigo 5° do projeto, que previa o encerramento das atividades até as 22h, inviabilizaria eventos como a Virada Cultural e a festa de final de ano na Avenida Paulista.

Haddad afirmou ainda que, no que diz respeito à fiscalização, o objetivo da proposta encontra-se integralmente atendido pela Lei n° 15.777, de 29 de maio de 2013, que proíbe a emissão de ruídos sonoros por aparelhos de som instalados em veículos automotores estacionados.

Além disso, segundo o prefeito, o "funk é uma expressão legítima da cultura urbana jovem, não se conformando com o interesse público sua proibição de maneira indiscriminada nos logradouros públicos e espaços abertos".

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